terça-feira, 30 de novembro de 2010

Perdido no espaço do seu próprio tempo




Procuro por um lugar onde não tem saída, um lugar onde não tem mais solução, um caso sem acaso ou sem emoção. Perdido numa noite sem precedentes de um tempo que passou há pouco e se parece tanto com tanto tempo, um tempo perdido, um tempo escondido até, um tempo sem tempo.
Procuro por alguém, dentro de mim, alguém que não sei quem é, que não posso sentir, não posso ver, não sei, sei que procuro alguém, que me sacia, que me cria, que me aguenta, que me satisfaz.
Escuto um choro, uma serenata de amor não correspondido, uma sinfonia de vozes sem motivo, uma música sem letra, mas, com melodia, uma melodia terrível, uma melodia que estraga aos que ouvem, um som devastador, acho que é o som da morte ou o som do amor que não foi recebido com a mesma vontade, não sei, só sei que eu escuto.
Ando sobre um vale de sombras dentro de mim, sobre a brasa quente e sobre o vento forte, mas, que fim é esse que mal me recebe quando chego a ele? Estou caindo, me perdendo, estou fazendo o melhor que posso, o melhor que não existe, um lado que não existe, uma confusão que não sei, só sei que estou andando, vagando sem saber para onde vou, de onde eu vim, aliás, sei de onde vim, de um sonho ou um pesadelo, uma avalanche de informações sobre minha cabeça faz com que eu me perca dentro de meus próprios princípios, minhas próprias obras, meus próprios amores.
Estou amando, não sei o que, só sei que amo, perdido nessa noite, sem ao menos saber para onde vou, por favor ! pode me ajudar ? não há ninguém, somente a minha sombra e das lembranças que me assolam todos os dias.
Estou perdido, perdido nas minhas emoções, nos meus dias, no meu hábito, eu que me perdi ou perderam-se de mim ? talvez eu nem esteja perdido, mas deva estar sem encontrar o que quero.
Estou falando, falando num assunto tão falado, mas não sei o que é, perdido nos meus sonhos que jamais encontrei, amando á quem jamais amei, escutando o que nunca quis escutar, procurando por algo que jamais imaginei procurar, andando sobre esperanças esfaceladas sem fim nenhum.
Talvez seja esse o real motivo da vida, estar-se onde não se quer, fazer o que jamais pensou, procurar por coisas que não te importavam e amando a quem você nunca quis amar. Nessa vida confusa só se faz o que não se quer, mas se obtêm resultados grandiosos.
Você perde muito tempo se lamentando e pouco fazendo, se debatendo e achando o que é certo ou errado.
Se quer mudar, comece esta mudança por você, não aceite, mas acredite que nem tudo o que você quis é o que você vai ter que fazer.
Se quer um dilema, este o ocupará por todos os seus dias. Acredite.