quinta-feira, 21 de agosto de 2014

PRIMEIRA ANÁLISE DA CAMPANHA – AS FACES DA EMOÇÃO


Talvez eu seja a única pessoa que se emociona com Propaganda Política – e não foi de tristeza.
O fato é que, quando vi a primeira propaganda política de 2014, no Youtube, pude conferir e analisar cada efeito que provocava nas pessoas os principais quesitos de uma boa e eficiente propaganda. Que excita, que afeta, que energiza, que emociona e, principalmente, te faz querer votar.
Os dois principais candidatos – até agora – Aécio Neves (PSDB) e Dilma Roussef (PT), usaram e abusaram da regionalidade, dos apelos emotivos, mas cada um teve uma perspectiva agressiva para um campo da população.
Aécio carregava um brilho no olhar quase infantil, algo completamente emocionante. Um discurso enfático, tradicional e completamente convincente. Que atacava cada ponto da emoção ou problemática de ser um brasileiro, com ou sem qualidade de vida, aliás, o discurso da mudança não é novidade e, embora encha os ouvidos de esperança, é o que mais amedronta o brasileiro mediano, isso é um paradoxo, ou seja: toda mudança é bem-vinda, desde que não mude.
Dilma trouxe culinária, a dona de casa-presidente. Multifacetada, retira o ar quase senhorial e enfatiza a mulher comum, humana e trabalhadora-intelectual – uma mulher, vários gostos – será? Dilma pode ter apresentado algum brilho nos olhos, mas seu marketing pesou mesmo em dados maciços e oficiais de seu governo e, claro, do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. A sua propaganda apresentou aos brasileiros, ao contrário de Aécio, o discurso da continuidade. O ponto da continuidade é algo que agrada mais os brasileiros em maioria, pois já dizia o ídolo petista: a gente não mexe em time que “tá” ganhando.
É observável a qualidade das imagens, que melhoraram e muito de 2010 para cá e, claro, o roteiro das propagandas, parecem na verdade novelas. Uma espécie de Megaprodução cinematográfica política.
Outro aspecto importante de observar é o sorriso no canto da boca. Isso apresenta ao público candidatos preparados, qualificados e experientes. Percebam, há mesmo quem resista a um sorrisinho maroto no canto da boca de uma pessoa que tem um papo bom? NÃO!
Alguém viu Fernando Henrique em propaganda eleitoral nos últimos doze anos? Quem afinal de contas é ou foi esse senhor a quem acabo de me referir? Simplesmente o último Presidente da República, antes do governo petista. Agora, não há propaganda política do PT, sem Lula. O mito da estrela é uma espécie de mestre e fonte de inspiração, tanto para candidatos, quanto para eleitores, de fato é uma solução e uma arma secreta não-secreta que o partido usa e que tem dado certo.
O ponto em comum das propagandas, foi, definitivamente, as imagens de cada canto do Brasil e, sem dúvida, a trilha sonora incomparável. Uma sinfonia de melodias que nos fez ficar emocionados e lembrar de como era dura a vida antes da Estabilidade Econômica ou dos Programas Sociais e da forma como a vida melhorou após esse ciclo.
É inegável que existem melhorias extremas nos últimos vinte anos, coisas talvez que pouca gente saiba. Os dados não mentem, os discursos não falham, mas entre enfatizar e mostrar experiência, o bom e velho mestre da estrela continua sendo mais poderoso.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A sociedade do vazio



As pessoas vivem na sociedade do medo, é verdade, porém não é o medo que aparece como o percussor de sua própria destruição, ainda que o medo implantado, forjado nos mostre como não devemos ser, é falho a forma como conduzimos nossas vidas e aí é que vem o controverso assunto: o completo vazio.

Analisando uma cadeia histórica, poderíamos perceber que há em cada época da vida humana, um motivo ou, simples busca pela razão de sua própria existência, ora baseada numa questão empírica e, dessa forma, totalmente regulada pelo conhecimento prévio e contado, ora pela religião, tendo Deus como o preenchimento do vazio e, consequentemente, a resposta para todas as mazelas e feiuras que permeiam a vida em sociedade, ainda que de maneira bem singular explicasse os demônios do ser, mesmo que os demônios fossem nós mesmos.

Não continuaremos nessa linha de raciocínio sem lembrar que, não há análise parcial do assunto, tendo em vista que, o comportamento humano nada mais é do que uma mistura de cores, línguas e sensações ou como diria Francis Cabrel¹ uma mélange de couleurs².

Hoje, embora tenhamos uma série de opções ou como diriam alguns autores, uma sociedade self-service, famosos por serem chamados na boca do povo por “serve-serve”, quer dizer, um cotidiano totalmente lotado de variáveis que ocupariam as 72 letras do Alfabeto Khmer³, são possibilidades de mudança e de escolha. Isso modificaria ou reconfiguraria num vasto e fantástico mundo de coisas para ocupar o vazio das pessoas e isso é tão inútil quanto mascar chiclete para resolver uma equação de álgebra (BIAL, 2009).

É um fato que a sociedade do vazio é mais uma criação do capitalismo do que qualquer outra coisa, não há satisfação quando o sistema vigente é o do capital. O principal objetivo de se analisar o dilema da vida humana hoje é, basicamente, buscar meios de que cada vez mais pessoas possam se encaixar no perfil de manipuladas por esse fenômeno que quanto mais tempo passa, mais consegue arrastar adeptos ou diríamos escravos do vazio.

Criamos em nossas mentes a necessidade de ter tudo e, quando falamos tudo, não tiramos uma só virgula da lista; são desde abraços e atenção até o que há de mais caro e inacessível nesta terra que mata e faz viver pessoas sem ao menos tirar a vida delas.

Quando extraímos a raiz dos problemas, observamos que há um paradoxo: como vivemos em uma sociedade que tem como pressuposto de vida o vazio se não sabe lidar com ele? É claro que, buscamos as respostas nas mesmas coisas que os cidadãos da Idade Média, mas o problema é, nossas perguntas estão sendo respondidas nas mesmas fontes que nossos antepassados?

Sem dúvida, o assunto é tentador e nos permite refletir sobre os mais profundos campos desta vida errante que leva a raça humana, não excluímos, nem salvamos nenhum de nós, porque, até quem questiona demais, não sabe qual é o caminho correto a percorrer.

Quando uma resposta já não serve para as antigas perguntas, nós devemos mesmo buscar a solução nas questões do passado ou reformular as perguntas e dar novas respostas? Bem, o filósofo José Ortega diria que a resposta está no fundo sinceríssimo de seu ser.
E você, onde anda procurando a solução?

Francis Cabrel¹: Cantor francês.

Mélange de coulers²: Mistura de cores em francês, nesse caso, faz referência à música de Francis Cabrel “La Cabane Du Pecheur”. (CABREL, Francis. L'Essentiel / 1977-2007. Intérprete: Francis Cabrel.  Paris: Columbia, c2007. 2 CD.)


Alfabeto Khmer³: É o idioma oficial do Camboja e é falado por mais de 25 milhões de pessoas – entre cambojanos, tailandeses, vietnamitas e alguns chineses.

ISRAEL – MUNDO: Onde nos perdemos da história

Navegando pelas redes sociais, é possível ver a misericórdia de muitas pessoas para com o povo de Israel, nesse caso, representado pelos israelitas-judeus. Comovente. Devemos ver que é incrível o reconhecimento tão repentino de um conflito tão antigo quanto o mundo que conhecemos, mas a questão é: sabemos mesmo do que estamos falando?
É sabido que a História, por vezes se mistura com a Religião ou, consequentemente a fé. Sim, elas não são dissociáveis, o que não quer dizer que, todo acontecimento religioso é um fato histórico, uma vez que na ciência não cabe as teses milagrosas, menos as questões relativas à santidade ou imortalidade, trata-se de um estudo humano ou das questões humanas e é este o ponto de partida.
“(…)E disse: Maldito seja Canaã. Servo dos servos será de seus irmãos.
E acrescentou: bendito seja Jeová, o Deus de Sem; e seja-lhes Canaã por servo.
Dilate Deus a Jafé, e habite Jafé nas tendas de Sem; e seja-lhes Canaã por servo.”

(Gênesis 9:25-27)
Todos conhecemos de forma ou de outra a velha história do dilúvio, onde Deus, resolveu pelos pecados do mundo destruir Sodoma e Gomorra colocando todo o mundo sob águas, mas o que nos interessa neste ponto é justamente o pós-dilúvio. Claramente, não estamos tratando do caráter mítico do episódio e sim, da chegada de Noé e sua prole em Canaã (atual Israel). A questão é, Noé amaldiçoa Cam e fala que Canaã serviriam o povo de Sem e Jafé (todos filhos de Noé).
A palavra semita quer dizer “povo de Sem” o mesmo que seria servido por Canaã. Sem vagou pelo mundo, mas em algum momento o seu povo retorna à terra de Canaã para reivindicar o que aquela porção do mundo, pertenceria então a eles, abençoados por Noé e por direito, donos da região.
  Sabemos que ao longo da história, haveriam vários episódios que a “Terra Santa” mudaria de mãos, ainda com o advento das Cruzadas durante os séculos XI, XII e XIII, até mesmo cristãos dominariam aquela região, o que mudaria com o avanço dos Muçulmanos sobre a Europa mais tarde, porém o que poucos sabem é que enquanto as três religiões lutavam para manter o controle de Jerusalém, os judeus se espalhariam pelo mundo, instalando posições que os levariam ao seu objetivo desde o início da sua expulsão: o retorno à Israel e a construção de um Estado forte, fixo, e principalmente, judeu.
Durante o final do século XIX e início do XX, os judeus já tinham conseguido atingir posições de poder nas principais nações do mundo, até o descobrimento do “Protocolo dos Sábios de Sião” que provava, ainda que de forma não tão contundente as reais intenções daquele povo, a dominação viria, de forma ou de outra. Claro, estamos lidando com teorias conspiratórias que pouco tem a ver com a ciência ainda, mas não se engane, tudo que está escrito aqui até agora, indica para 2014.
O domínio do Tsarismo ou Czarismo no Império da Rússia, perseguiria os judeus até que expulsasse, prendesse ou matasse todos ou a grande maioria que habitava em território de Nikolái II, o último tsar da Rússia. A perseguição foi tão intensa que o desmoralizou de forma brutal, um dos pontos determinantes para o enfraquecimento de seu poder frente a revolução que tornaria aquele império de monarquia absoluta na primeira e mais poderosa nação socialista do mundo. A chegada de Vladmir Lenin ao poder com a revolução de 1917, tira qualquer viés religioso do país, uma vez que, as políticas do Kremlin proibiam qualquer tipo de fé ou religião em seu país (de menos a fé no socialismo), dessa forma, tira da mira do combate a perseguição aos filhos de Sem.
O NASCER DE UMA POTÊNCIA
Após o término da Primeira Guerra Mundial em 1918, o mundo experimentou a primeira levada americana como potência mundial, entrando no cenário internacional como salvador da Europa, o grande construtor ou reconstrutor, casa propícia para os ricos judeus que queriam investir em uma terra nova, industrializada e, claro, com o potencial de fogo, aliado de peso no objetivo do povo que queria voltar para “sua” terra.
  Tudo descritivo demais, mas é o que antecede a Segunda Guerra Mundial que vai motivar os judeus a migrarem para a América. A perseguição inicia-se na Alemanha com a ascensão do partido Nazista ao poder, com o mesmo pretexto de que o tsar usou: os judeus eram a desgraça do mundo e, culpados pela derrota e destruição da nação durante a Primeira Grande Guerra, esses, eram imigrantes vindos da Rússia durante a perseguição e, agora, deveria, buscar um novo lar … Welcome to America!
Ora, é inegável que houve o Holocausto e morreram milhões de judeus em campos de concentração como em Auchwitz onde mais de 1,5 milhão foram brutalmente assassinados na câmara de gás, mas é inegável que quem tinha dinheiro e poder deu seu jeito de fugir para os EUA e iniciar vida nova e colocar em prática o tão sonhado plano de ter de volta a sua terra. A guerra já acabada com a força estrondosa dos americanos, o plano de uma governança mundial é colocado em pauta mais uma vez, entretanto seria para funcionar, ao contrário do que aconteceu com a falida Liga das Nações¹, a ONU seria a forma institucional para um poder global daqueles que saíram vitoriosos da guerra e, claro, seus aliados.
A CRIAÇÃO DE UM ESTADO PODEROSO
O território se encontrava sob protetorado britânico após a guerra, mas a força judaica condicionou a criação de um Estado Judeu, ao contrário da proposta que era dividir entre os povos da Palestina, que ficou sem Estado reconhecido até 2013. Em 1948, cria-se sob clima de guerra o Estado de Israel, com forte lobby no Conselho de Segurança das Nações Unidas que tinha como seus membros, nada mais, nada menos que EUA, Reino Unido, França, URSS e China (Taiwan), ou seja, além dos americanos, mais três aliados históricos dos yankees.
Israel vai desenvolver-se técnica e tecnologicamente no campo militar com todo o apoio financeiro dos EUA, até então, é de se pensar que o governo americano manda nos judeus, fato que é o contrário. Os judeus após a 2ª Guerra, conseguiram postos políticos importantes no Congresso dos Estados Unidos e aprovam sistematicamente aportes financeiros e militares para o país do Oriente Médio. Com esse apoio enfrenta seus inimigos com supremacia certa, derrubando por duas vezes invasões que tinham na sua formação duas ou três nações árabes-muçulmanas.
Os muçulmanos não reconhecem o Estado de Israel como legítimo, não existem relações diplomáticas entre esses povos, tudo isso se agrava quando grupos fundamentalistas foram jogados por Israel, cercados e humilhados. O exemplo mais clássico é a Faixa de Gaza, estreito território que fica dentro das fronteiras de Israel, mas que é totalmente excluído pelo governo, cercado por um muro imenso e impedido de ter acesso mesmo de ajuda humanitária pelo mar, além de restrições aéreas. Conflitos intensos já foram travados na região, os ataques mútuos de grupos palestinos e o Exército de Israel matam centenas de pessoas todos os anos, mas a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco.
  O fato é que, depois de milhares de anos, eles conseguiram o que queriam, o que sepaga hoje é o preço da retomada a força de um pedaço de terra que pertence aos filhos de Sem, a questão é: árabes e judeus têm a mesma descendência. A luta é mais que ideo-religiosa.
Não é de se compreender que as pessoas aqui, no Brasil, defendam tão veementes coisas das quais não se tem conhecimento prévio e o que torna isso mais grave é a tomada de partido erroneamente.
Direcionem suas preces para onde acharem que deve, faça o que quiser para defender quem achar melhor, mas o que posso afirmar, depois de toda análise é que, seja lá qual for o deus de Israel, uma certeza pode-se ter: o deus das armas está ao seu favor, pelo menos desde que aquela porção de deserto se tornou Estado.
¹Liga das Nações foi uma organização internacional criada em abril de 1919, quando a Conferência de Paz de Paris adotou seu pacto fundador, posteriormente inscrito em todos os tratados de paz.

domingo, 4 de maio de 2014

Encontre-se

Você poderia ir aos paraísos mais belos, mas não encontraria amor. Ainda que sua procura fosse árdua e completamente trabalhosa, você viveria numa busca incessante por tudo aquilo que te completa. E o que te completa?

Você buscaria no alto, nos montes, nas montanhas, mas ainda não encontraria. O que te completa é o que te faz ou o que te cria? Como se num passe de mágica tudo não passasse de um sonho corroído por suas próprias esperanças desesperadas.

Você correria para os braços de alguém sem medo? Sem nem saber de quem são os braços? Aterrador! A busca pela felicidade não tem sido bem sucedida, porque, você achou os braços certos, mas não soube usá-lo, não vai ser essa a última vez que tenta, porque vai bastar um piscar de olhos e você vai ver, é só sentir.

Vá, não deixe ir, não deixe de buscar. Seria a última vez?

Você perderia a oportunidade de recomeçar, só por que a vida te deixou perder o ponto da questão? Se você fosse a mais bela pessoa do mundo e não precisasse de nada, ainda assim precisaria de amor, não dos prazeres que ele traz, mas das oportunidades.

Ainda que tudo acabasse, você seria capaz de recomeçar?

Repetir os erros pode ser uma boa ferramenta de felicidade. Você erra, todo mundo erra, mas deve-se saber reconhecer a hora de parar e ficar, não por lágrimas, não por dor, você talvez nem vá saber o que é isso, mas não importa, esse é o caminho.

Você daria ouvidos aos outros, ainda que tudo indicasse um só caminho?

...

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Não é para ser comum

O anjo que caminha com alguém
voa sobre os olhos de todos
percorre os vales do amém
tapa a boca dos tolos.

Ao longe, o vento sussurra
sussurra, arrasta ...   no próprio vento
concorre com a montanha e empurra
disputa e busca acalento.

Difícil senhora que sorri
sem sonhos, sem nada
só sabe que dali
não sai, não anda.

Vai rolando pelo tempo
o desfrutar dos séculos
vai buscando em momento
seus filhos tão incrédulos.

Uma confusão, tão confusa
bagunçada, tão bagunça
esta vida parafusa
coisa de gente que aguça.

Sentimento que voa
música que canta
é o som que soa
da sagrada manta.

Sonhou o animal
perdeu-se o sentido
de tudo tão banal
ficou sem nada, foi surpreendido.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Sequência

SORRIA. Olhe ao redor.
CONTINUE. Olhe para frente.
RELEMBRE. Olhe para o futuro.
ABRACE. Mate saudade.
BEIJE. Encha-se de amor.
RIA. Mande a depressão embora.
PREVINA-SE. Ainda é melhor que remediar.
ESTUDE. Não seja ignorante.
ELOGIE. Você precisa ser você.
CORRIJA. Até mesmo nós erramos.
PERDOE. Você é capaz de fazer para você?
CORRA. Para quem você gosta.
DANCE. Não endureça enquanto houver som.
REPITA. Até que não hajam possibilidades.
CRIE. Recrie.
CRESÇA. Olhe para cima.
DESENVOLVA. Mude com os outros.
CRITIQUE. Aceite a diversidade.
SONHE. Limite-se a não se limitar.
VOE. Sonhe.

AME. Só ame.

Se depois de tudo, você ainda precisar de mais ... CONTINUE.

domingo, 23 de março de 2014

Re-tudo



Abra os olhos, veja: é o mundo te chamando para entrar no paraíso que você já fazia parte, mas nunca percebeu. Abra sua mente, sinta: é a melhor vibração que sua imaginação jamais poderia te oferecer.

A vida sorriu para você nesse momento, e você? Sorriu de volta? Esperou que ela te desse tudo tão facilmente ou que lhe entregasse tudo de belo e maravilhoso que ela pode te oferecer? Solte suas mãos, abra mais os braços, relaxe o corpo. Você não está sendo obrigado por uma arma a fazer o que você faz.

Grite, cante, cante mais. Viva, reviva, ria, sorria, só ria. Você é capaz de fazer melhor que isso. Dançar é bom, mas dançar sem sentido, sem coreografia, sem regras te fazem melhor, mais rebelde, mais doce, mais feliz!

Palavras não fazem sentido, quando o sentido somos nós quem damos a elas. Quem precisa de dicionário? Quem precisa de mais moral? Mais leis? Quem se importa? Não seja sempre o mesmo, mude, recrie-se, ainda que os motivos lhe faltarem, faça-os aparecer.

Leia livros, assista filmes ou simplesmente não faça nada disso. Corra nu, ainda que em sonho, não se prenda por nada.

Liberte-se, sinta este vento que vem te dizer: Ei, psiu eu estou aqui para bater na sua cara e dizer, o quanto estou feliz de tê-lo aqui.

Crie utopias, cada dia uma nova. Crie novos ambientes, cada segundo um novo. Recrie o mundo, faça-o novo de novo e assim sucessivamente, para sempre, para frente. Recuse-se ao choro, não se curve à tristeza e não culpe os outros, não culpe ninguém, soluções vem do perdão e não da culpa.


Reedite, refaça, re-tudo. E se no fim, nada tiver dado certo: Abra os olhos ...

domingo, 9 de março de 2014

Sonho de Viagem



Já estive em tantos lugares que já não sei, me sinto tão viajado e tão distante da realidade, palpite. Eu só quero viver tão perto de você nessa noite e dizer o quanto isso importa.
Me perco nas fotos que não tirei, mas que gravei na minha cabeça só para rever, toda vez que lembro de você, não que isso seja o ideal, mas abraçar e sentir são coisas que já não faço, não por não ter alguém, mas por não querer mais ninguém.
As lembranças me fazem perder a direção e assim vou seguindo. A intensidade, a verdade e tudo mais confuso que se pode imaginar, roda minha cabeça com toda a força que existe, não são noites, são dias que se vão junto à minhas lembranças que são suas também, aliás, são suas, só suas.
Eu me confundo quando o assunto é você, eu tento dizer, me expressar ou contar qualquer história que ainda não existe, simplesmente não existo ou me renuncio diante de um sentido qualquer de viver, sem sentido. Não faz sentido.
Vivi as mais diferentes experiências com ou sem você, sem você fiquei. Experiências de sonhos que jamais sonhei, pois não tenho capacidade, grande confusão.
Hoje vejo, seu caminho tão confuso, sem esperança de se cruzar ao meu, se revela uma impossível e indisponível incógnita, chances que jamais se dirão juntas, incapazes. Dizer que tudo isso não é mais do que coincidência vai dizer mais sobre você, do que pode imaginar.
Eu falaria do seu sorriso, sem nem ter visto ele antes. Eu diria sobre seus olhos, sem nem conhecer a cor deles qualquer tempo atrás, nada importa, importa, o seu sentido é mais forte que o meu, seu mistério, sua luz.
Apropriei de sua inteligência e sagacidade, coisas que marcam, assim segui a vida dificilmente.
Corra mil milhas ao sul, diga que não volta. Migre para outro país, fale outro idioma. Diga que não volta mais, fique onde está. Viva intensamente o que existe, renuncie-se diante dos prazeres. Sua vida é impossível, o seu caminho é livre.
Vá e se junte ao pôr-do-sol e, diga ao mundo o quanto você ainda é importante para o Universo. Veja a cor do céu nesta manhã de outono e sonhe com um sonho confuso, tão confuso quanto essas palavras que lhe escrevi nesta madrugada tão fria e sombria.

Daqui, você volta para os meus sonhos mais uma vez...

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Esse Alguém é você?

Acordava Alguém, um ser incrível que sabe-se lá quais qualidades tinha, não porque não tivesse, mas só por não ser uma grande pessoa, com grandes atributos físicos. Tinha uma mente incrível e ideias fantasiosas e ao mesmo tempo fantásticas demais para acreditarem que seria capaz de pensar tanto.
Alguém não tinha amigos, não por não ser capaz de tê-los, mas sim por nunca ter encontrado alguém que merecesse sua atenção, então um dia ele foi procurar, ainda que sem muita esperança, ele tinha em mente e na sua poesia todo o conhecimento que precisaria para achar alguém.
Sua filosofia era tão forte e encantadora que no caminho entre a terra dos sonhos e o paraíso das realizações deixou um rastro de apaixonados por sua personalidade, mas nunca com ele mesmo, não por ele não ser alguém interessante o suficiente, só pelo motivo de que, pessoas comuns não se interessam por pessoas simples em aparência e com mente forte.
Um dia Alguém acordou e deu de cara com a dificuldade, a solidão tinha lhe apagado os melhores anos de sua vida, se é que eles haviam existido, mas ele ainda acreditava em pessoas ideais, ainda que ideais fossem suas ideias tão construtivas sobre um mundo melhor e mais despretensioso. Sem que as diferenças fossem o maior fator de agravamento das crises, não que ele não gostasse da diferença entre os outros, mas só pelo fato de ser um, em um bilhão.
Alguém, decidiu ser como os outros, cortou os cabelos, revoltou-se contra o governo e escreveu sobre revolução, não que ele fosse reacionário, mas sim porque ele achava que o diálogo ainda era a melhor maneira de se resolver as coisas. Alguém, postou no facebook fotos de manifestação, de rolézinho no Shopping e até de pichações em muros que ele mesmo fez, conseguiu ser melhor que antes.
Ele foi aceito no mundo, na sociedade. Alguém deixou de ser sozinho e arrumou novos amigos, conseguiu pegar todas as meninas e hoje vive em qualquer bar da esquina, vive em qualquer balada, em qualquer lugar, não que Alguém seja como todos os outros, ele só se cansou de ser diferente.
E você? Colocaria o seu nome no lugar de Alguém?
Será que Alguém está errado, ou tem alguém mais errando?


quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Dia da Saudade

Imagem retirada do site Teclasap: http://www.teclasap.com.br/2009/08/28/como-se-diz-saudade-em-ingles/

Toda saudade é a presença da ausência de alguém, já dizia o mestre Gilberto Gil. Hoje pela manhã, fiz algo do qual não me orgulho muito, mas, fez muito sentido e só reafirmou as teorias da minha cabeça sempre a procura de respostas. Assistindo "Encontro com Fátima Bernardes", vi que o programa era sobre saudade, distância e reencontro, claro, sem dúvida eles estavam fazendo uma homenagem ao dia 30 de janeiro que no Brasil é o Dia da Saudade. Havia uma mãe que não via a filha haviam 2 anos, pois ela vivia em outro país, mas a gigante TV Globo não poderia perder sua audiência e fez assim aparecer a filha sumida e num abraço, selou-se então o amor entre as duas.
Saudade é uma palavra que existe somente em português e galego, claro, cada idioma utiliza sua forma para se referir ao sentimento como em francês: je manque toi; ou no inglês: I miss you; ambos querem dizer: sinto sua falta, não é que os portugueses tenham resolvido por um toque de mágica ter um sentimento de falta que os outros povos não tinham, mas sim por, resumidamente, terem extraído termos do latim: "solitudine", que quer dizer: solidão; "salute, salutatione, salutare, salvare", que querem dizer: saúde, saudar, saudação, salutar, saludar e salvatione que querem dizer: salvar, salva, salvação. Segundo alguns relatos, os termos foram significando nos tempos do descobrimento do Brasil, em que os portugueses ficaram sozinhos, solitários, longe de sua terra e família.
Tá bom, mas onde fica a saudade de verdade, aquela que aperta o coração e faz soltar lágrimas quando a sentimos? A resposta está em cada um de nós, dentro de nossos corações zelosos pelos nossos queridos entes, amigos e claro, o nosso perfeito amor.
A saudade é o amor, é falta dele, é a materialização de alguém que não está perto ou como diria uma antiga amiga "saudade é tudo aquilo que os olhos viram e que o coração não esqueceu". 
Não é que vamos celebrar a saudade como algo maravilhoso e agradável, aliás, bom mesmo é o reencontro depois de tempos sem ver aquela pessoa que você tanto gosta, mas pode ser que você se canse dessa pessoa, daí, dê mais um tempo e reencontre, idas e vindas são excelentes seladores de paz entre casais, o problema é quando isso cansa e alguém vai logo não querendo mais sentir saudades de você, então você vai no ciclo da vida.
Portando, cuide bem de quem te faz sentir saudades, para um dia reencontrar, porque um dia, pode ser que até a saudade se torne a lembrança mais amarga de todas. Enfim, seja a materialização do presente, mas nunca esqueça do passado, do velho, porque se a saudade é mesmo o que disse Gilberto Gil, você jamais será pego desprevenido novamente.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Trindade, como não ser influenciável

A incompetência de sermos quem somos é uma culpa que se arrasta através de tanto tempo que, quando vislumbramos quem queremos ser, assustamos tudo a nossa volta, passamos eras tentando entender o Universo, as estrelas ou os animais, mas não gastamos nosso tempo com questões que parecem banais - mas que fazem, em suma, toda diferença - não nos reconhecemos como seres de nossa propriedade, mas pertencentes à um meio que se degrada com interesses múltiplos, egoístas e as vezes surreais.
Não é nem que não tentemos nos adaptar à nossa realidade individual, mas é que, quando nos deparamos com as milhares de possibilidades vistosas e muitas vezes fantásticas demais para lembrar quem nós somos de verdade. 
Não somos um monte de cabeças vazias prontas para o abate - ainda que alguns sejam e façam de tudo pra isso - devemos estar preparados para enfrentar o verdadeiro desafio da vida: não ser influenciável. Discordar de tudo é bobagem, mas um pouco de ceticismo não vai nos tirar da famosa Estrada de Tijolos Amarelos da famosa série infantil de L. Frank Baum O Maravilhoso Mágico de Oz.
Influenciar é legal, moral e necessário, não é que você vá chegar e mandar matar o rei e autocoroar-se por sua enorme influência sobre os processos, mas é tipicamente a forma mais fácil de entrar e poder dizer o que pensa sobre qualquer coisa, em democracias, em ditadura você vai ter que utilizar da versão do rei, não duvide, você pode, mas é nesse lugar que mora o perigo: ter milhares de pessoas ao seu redor, jamais vai significar influenciar, claro, pessoas influenciadoras são de fato, cercada por muitas outras, mas como distinguir?
Convido vocês a conhecerem algo tão maravilhoso e formidável quanto a própria utopia do perfeito, apresento-lhes: A Trindade, religiosos diriam que sabem tudo sobre isso, mas a questão aqui não é de santidade, menos de espiritualidade, mas de vida, de realidade palpável, perceba que não desacredito das teorias cristãs, entretanto, não cito religião e sim três pré-requisitos para começar a não ser influenciável.
Conhecimento, Experiência e Liberdade, a linha começa a ser definida aqui: 
Conhecer é fundamental, quando ouvimos uma música e passamos em algum lugar, lá está ela tocando e, não vai importar se odiamos ou amamos, reconheceremos o som, talvez não lembraremos da letra, mas sem que ninguém diga, as notas são o gancho da memória. Adapte isso à vida cotidiana, ter conhecimento prévio de coisas simples, como por exemplo o texto sobre Karl Marx que o professor de Filosofia passou no Ensino Médio, vão servir tanto para acertar aquela questão na prova de Direito Constitucional, como para iniciar uma revolução socialista em algum lugar frio do mundo.
Experiência é a forma de conhecer através de sensações, vivências, algo menos palpável e mais visual. Quando sua avó preferida se foi, você aprendeu que, bala de doce de leite com recheio de chocolate te faziam mal, não porque elas têm alguma substância que te faça mal, mas sim, pela lembrança que ela remete à sua querida avó e da enorme falta que ela te faz. A experiência vai te fazer desviar de caminhos e vai te tornar um influenciador, melhor, alguém em quem as pessoas se inspiram, ela é a líder de tudo, mas, não se engane, sentir na pele não é - e nunca vai ser - a melhor forma de se tornar experiente, pois, é visual como já dissemos. Aprenda com os outros, não se machuque.
Embora, tudo aqui estivesse seguindo pra um caminho muito sério e chato talvez, o melhor ainda está por vir, a terceira parte é de longe a melhor: a Liberdade. Consequente, indiscutível e maravilhosa, a liberdade te faz recompensar pela seriedade em que é necessária as vezes em nossas vidas, o que não quer dizer que você precise de prudência para concretizá-la, é fazer tudo que você quiser, como quiser, a hora que quiser, mas é enfrentar medos, desafios e mais que tudo nessa vida, refazer caminhos tortuosos, mas necessários para chegar por fim, na Cidade Esmeralda do Feiticeiro Oz, tenha certeza de que o fim de uma jornada não é o fim da vida, não necessariamente, mas é de fato, o início de outra.
Defina o que você quer ser, relembre do passado, utilize o conhecimento, refaça o caminho quantas vezes forem necessárias, mas agora, já sabemos como errar menos, perfeição, é assunto pra outra vida.