terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Trindade, como não ser influenciável

A incompetência de sermos quem somos é uma culpa que se arrasta através de tanto tempo que, quando vislumbramos quem queremos ser, assustamos tudo a nossa volta, passamos eras tentando entender o Universo, as estrelas ou os animais, mas não gastamos nosso tempo com questões que parecem banais - mas que fazem, em suma, toda diferença - não nos reconhecemos como seres de nossa propriedade, mas pertencentes à um meio que se degrada com interesses múltiplos, egoístas e as vezes surreais.
Não é nem que não tentemos nos adaptar à nossa realidade individual, mas é que, quando nos deparamos com as milhares de possibilidades vistosas e muitas vezes fantásticas demais para lembrar quem nós somos de verdade. 
Não somos um monte de cabeças vazias prontas para o abate - ainda que alguns sejam e façam de tudo pra isso - devemos estar preparados para enfrentar o verdadeiro desafio da vida: não ser influenciável. Discordar de tudo é bobagem, mas um pouco de ceticismo não vai nos tirar da famosa Estrada de Tijolos Amarelos da famosa série infantil de L. Frank Baum O Maravilhoso Mágico de Oz.
Influenciar é legal, moral e necessário, não é que você vá chegar e mandar matar o rei e autocoroar-se por sua enorme influência sobre os processos, mas é tipicamente a forma mais fácil de entrar e poder dizer o que pensa sobre qualquer coisa, em democracias, em ditadura você vai ter que utilizar da versão do rei, não duvide, você pode, mas é nesse lugar que mora o perigo: ter milhares de pessoas ao seu redor, jamais vai significar influenciar, claro, pessoas influenciadoras são de fato, cercada por muitas outras, mas como distinguir?
Convido vocês a conhecerem algo tão maravilhoso e formidável quanto a própria utopia do perfeito, apresento-lhes: A Trindade, religiosos diriam que sabem tudo sobre isso, mas a questão aqui não é de santidade, menos de espiritualidade, mas de vida, de realidade palpável, perceba que não desacredito das teorias cristãs, entretanto, não cito religião e sim três pré-requisitos para começar a não ser influenciável.
Conhecimento, Experiência e Liberdade, a linha começa a ser definida aqui: 
Conhecer é fundamental, quando ouvimos uma música e passamos em algum lugar, lá está ela tocando e, não vai importar se odiamos ou amamos, reconheceremos o som, talvez não lembraremos da letra, mas sem que ninguém diga, as notas são o gancho da memória. Adapte isso à vida cotidiana, ter conhecimento prévio de coisas simples, como por exemplo o texto sobre Karl Marx que o professor de Filosofia passou no Ensino Médio, vão servir tanto para acertar aquela questão na prova de Direito Constitucional, como para iniciar uma revolução socialista em algum lugar frio do mundo.
Experiência é a forma de conhecer através de sensações, vivências, algo menos palpável e mais visual. Quando sua avó preferida se foi, você aprendeu que, bala de doce de leite com recheio de chocolate te faziam mal, não porque elas têm alguma substância que te faça mal, mas sim, pela lembrança que ela remete à sua querida avó e da enorme falta que ela te faz. A experiência vai te fazer desviar de caminhos e vai te tornar um influenciador, melhor, alguém em quem as pessoas se inspiram, ela é a líder de tudo, mas, não se engane, sentir na pele não é - e nunca vai ser - a melhor forma de se tornar experiente, pois, é visual como já dissemos. Aprenda com os outros, não se machuque.
Embora, tudo aqui estivesse seguindo pra um caminho muito sério e chato talvez, o melhor ainda está por vir, a terceira parte é de longe a melhor: a Liberdade. Consequente, indiscutível e maravilhosa, a liberdade te faz recompensar pela seriedade em que é necessária as vezes em nossas vidas, o que não quer dizer que você precise de prudência para concretizá-la, é fazer tudo que você quiser, como quiser, a hora que quiser, mas é enfrentar medos, desafios e mais que tudo nessa vida, refazer caminhos tortuosos, mas necessários para chegar por fim, na Cidade Esmeralda do Feiticeiro Oz, tenha certeza de que o fim de uma jornada não é o fim da vida, não necessariamente, mas é de fato, o início de outra.
Defina o que você quer ser, relembre do passado, utilize o conhecimento, refaça o caminho quantas vezes forem necessárias, mas agora, já sabemos como errar menos, perfeição, é assunto pra outra vida.

Um comentário:

  1. Que seria de nós e de nosso meio se não fossem as utopias que idealizamos ao longo de nossas vidas!

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