quarta-feira, 13 de agosto de 2014

ISRAEL – MUNDO: Onde nos perdemos da história

Navegando pelas redes sociais, é possível ver a misericórdia de muitas pessoas para com o povo de Israel, nesse caso, representado pelos israelitas-judeus. Comovente. Devemos ver que é incrível o reconhecimento tão repentino de um conflito tão antigo quanto o mundo que conhecemos, mas a questão é: sabemos mesmo do que estamos falando?
É sabido que a História, por vezes se mistura com a Religião ou, consequentemente a fé. Sim, elas não são dissociáveis, o que não quer dizer que, todo acontecimento religioso é um fato histórico, uma vez que na ciência não cabe as teses milagrosas, menos as questões relativas à santidade ou imortalidade, trata-se de um estudo humano ou das questões humanas e é este o ponto de partida.
“(…)E disse: Maldito seja Canaã. Servo dos servos será de seus irmãos.
E acrescentou: bendito seja Jeová, o Deus de Sem; e seja-lhes Canaã por servo.
Dilate Deus a Jafé, e habite Jafé nas tendas de Sem; e seja-lhes Canaã por servo.”

(Gênesis 9:25-27)
Todos conhecemos de forma ou de outra a velha história do dilúvio, onde Deus, resolveu pelos pecados do mundo destruir Sodoma e Gomorra colocando todo o mundo sob águas, mas o que nos interessa neste ponto é justamente o pós-dilúvio. Claramente, não estamos tratando do caráter mítico do episódio e sim, da chegada de Noé e sua prole em Canaã (atual Israel). A questão é, Noé amaldiçoa Cam e fala que Canaã serviriam o povo de Sem e Jafé (todos filhos de Noé).
A palavra semita quer dizer “povo de Sem” o mesmo que seria servido por Canaã. Sem vagou pelo mundo, mas em algum momento o seu povo retorna à terra de Canaã para reivindicar o que aquela porção do mundo, pertenceria então a eles, abençoados por Noé e por direito, donos da região.
  Sabemos que ao longo da história, haveriam vários episódios que a “Terra Santa” mudaria de mãos, ainda com o advento das Cruzadas durante os séculos XI, XII e XIII, até mesmo cristãos dominariam aquela região, o que mudaria com o avanço dos Muçulmanos sobre a Europa mais tarde, porém o que poucos sabem é que enquanto as três religiões lutavam para manter o controle de Jerusalém, os judeus se espalhariam pelo mundo, instalando posições que os levariam ao seu objetivo desde o início da sua expulsão: o retorno à Israel e a construção de um Estado forte, fixo, e principalmente, judeu.
Durante o final do século XIX e início do XX, os judeus já tinham conseguido atingir posições de poder nas principais nações do mundo, até o descobrimento do “Protocolo dos Sábios de Sião” que provava, ainda que de forma não tão contundente as reais intenções daquele povo, a dominação viria, de forma ou de outra. Claro, estamos lidando com teorias conspiratórias que pouco tem a ver com a ciência ainda, mas não se engane, tudo que está escrito aqui até agora, indica para 2014.
O domínio do Tsarismo ou Czarismo no Império da Rússia, perseguiria os judeus até que expulsasse, prendesse ou matasse todos ou a grande maioria que habitava em território de Nikolái II, o último tsar da Rússia. A perseguição foi tão intensa que o desmoralizou de forma brutal, um dos pontos determinantes para o enfraquecimento de seu poder frente a revolução que tornaria aquele império de monarquia absoluta na primeira e mais poderosa nação socialista do mundo. A chegada de Vladmir Lenin ao poder com a revolução de 1917, tira qualquer viés religioso do país, uma vez que, as políticas do Kremlin proibiam qualquer tipo de fé ou religião em seu país (de menos a fé no socialismo), dessa forma, tira da mira do combate a perseguição aos filhos de Sem.
O NASCER DE UMA POTÊNCIA
Após o término da Primeira Guerra Mundial em 1918, o mundo experimentou a primeira levada americana como potência mundial, entrando no cenário internacional como salvador da Europa, o grande construtor ou reconstrutor, casa propícia para os ricos judeus que queriam investir em uma terra nova, industrializada e, claro, com o potencial de fogo, aliado de peso no objetivo do povo que queria voltar para “sua” terra.
  Tudo descritivo demais, mas é o que antecede a Segunda Guerra Mundial que vai motivar os judeus a migrarem para a América. A perseguição inicia-se na Alemanha com a ascensão do partido Nazista ao poder, com o mesmo pretexto de que o tsar usou: os judeus eram a desgraça do mundo e, culpados pela derrota e destruição da nação durante a Primeira Grande Guerra, esses, eram imigrantes vindos da Rússia durante a perseguição e, agora, deveria, buscar um novo lar … Welcome to America!
Ora, é inegável que houve o Holocausto e morreram milhões de judeus em campos de concentração como em Auchwitz onde mais de 1,5 milhão foram brutalmente assassinados na câmara de gás, mas é inegável que quem tinha dinheiro e poder deu seu jeito de fugir para os EUA e iniciar vida nova e colocar em prática o tão sonhado plano de ter de volta a sua terra. A guerra já acabada com a força estrondosa dos americanos, o plano de uma governança mundial é colocado em pauta mais uma vez, entretanto seria para funcionar, ao contrário do que aconteceu com a falida Liga das Nações¹, a ONU seria a forma institucional para um poder global daqueles que saíram vitoriosos da guerra e, claro, seus aliados.
A CRIAÇÃO DE UM ESTADO PODEROSO
O território se encontrava sob protetorado britânico após a guerra, mas a força judaica condicionou a criação de um Estado Judeu, ao contrário da proposta que era dividir entre os povos da Palestina, que ficou sem Estado reconhecido até 2013. Em 1948, cria-se sob clima de guerra o Estado de Israel, com forte lobby no Conselho de Segurança das Nações Unidas que tinha como seus membros, nada mais, nada menos que EUA, Reino Unido, França, URSS e China (Taiwan), ou seja, além dos americanos, mais três aliados históricos dos yankees.
Israel vai desenvolver-se técnica e tecnologicamente no campo militar com todo o apoio financeiro dos EUA, até então, é de se pensar que o governo americano manda nos judeus, fato que é o contrário. Os judeus após a 2ª Guerra, conseguiram postos políticos importantes no Congresso dos Estados Unidos e aprovam sistematicamente aportes financeiros e militares para o país do Oriente Médio. Com esse apoio enfrenta seus inimigos com supremacia certa, derrubando por duas vezes invasões que tinham na sua formação duas ou três nações árabes-muçulmanas.
Os muçulmanos não reconhecem o Estado de Israel como legítimo, não existem relações diplomáticas entre esses povos, tudo isso se agrava quando grupos fundamentalistas foram jogados por Israel, cercados e humilhados. O exemplo mais clássico é a Faixa de Gaza, estreito território que fica dentro das fronteiras de Israel, mas que é totalmente excluído pelo governo, cercado por um muro imenso e impedido de ter acesso mesmo de ajuda humanitária pelo mar, além de restrições aéreas. Conflitos intensos já foram travados na região, os ataques mútuos de grupos palestinos e o Exército de Israel matam centenas de pessoas todos os anos, mas a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco.
  O fato é que, depois de milhares de anos, eles conseguiram o que queriam, o que sepaga hoje é o preço da retomada a força de um pedaço de terra que pertence aos filhos de Sem, a questão é: árabes e judeus têm a mesma descendência. A luta é mais que ideo-religiosa.
Não é de se compreender que as pessoas aqui, no Brasil, defendam tão veementes coisas das quais não se tem conhecimento prévio e o que torna isso mais grave é a tomada de partido erroneamente.
Direcionem suas preces para onde acharem que deve, faça o que quiser para defender quem achar melhor, mas o que posso afirmar, depois de toda análise é que, seja lá qual for o deus de Israel, uma certeza pode-se ter: o deus das armas está ao seu favor, pelo menos desde que aquela porção de deserto se tornou Estado.
¹Liga das Nações foi uma organização internacional criada em abril de 1919, quando a Conferência de Paz de Paris adotou seu pacto fundador, posteriormente inscrito em todos os tratados de paz.

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